PLANEJAMENTO PARA O TEMA BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS REALIZADO EM SALA DE AULA NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO...
Objetivos:
♦Trabalhar leitura e escrita
♦Identificar tipos de brinquedos e brincadeiras
♦Compreender as sílabas
Conteúdos:
Leitura e escrita
Formação de sílabas
Procedimentos Metodológicos
Atividade de rotina: Iniciaremos a aula com a oração, em seguida apresentaremos o calendário, no qual trabalharemos com os alunos o dia, mês e ano. Apresentaremos também, o estado do tempo. Faremos a freqüência através das fichas onde registraremos os nomes dos alunos presentes e ausentes escolhendo o ajudante do dia.
Atividade compartilhada: As estagiárias iniciarão a discussão com a turma sobre questões relacionadas aos brinquedos e brincadeiras, indagando se a turma sabe diferenciar um brinquedo de brincadeira, quais os brinquedos e brincadeiras preferidas. Questionando também se os alunos acham que os brinquedos e brincadeiras de antigamente eram iguais aos de hoje. Em seguida, os alunos receberão uma plaquinha com silabas para formar nomes de algumas brincadeiras.
Exposição participada: Construiremos uma lista com nomes de brinquedos e brincadeiras preferidos da turma, em seguida, no quadro de giz faremos a leitura desses nomes e trabalharemos as sílabas.
Atividade orientada: Será entregue a cada aluno uma atividade escrita de caça-palavras.
Atividade de rotina: Intervalo para o lanche e recreação
Atividade em grupo: A partir das brincadeiras preferidas da turma, escolheremos algumas para brincar em sala.
Recursos: papel, lápis, cartolina, pincel, brincadeiras
Avaliação: Observação do reconhecimento de sílabas;
Desempenho da turma nas atividades de leitura e escrita.
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Reflexão Acerca da Prática Pedagógica no Estágio
Durante o cotidiano do estágio pude observar como é importante o professor refletir sobre sua prática pedagógica no ambiente educacional, pois, é no exercício da docência que temos a chance de confrontar nosso conhecimento e resignificar nossa prática articulada às teorias aprendidas no decorrer do curso de Pedagogia e às perpetuadas através de nossos professores. Diante todo este confronto de saberes, a melhor saída é buscar informações acerca das propostas de ensino que deram certo em busca de uma teoria própria, construída durante o processo de ensino-aprendizagem que possa atender o perfil de seus alunos.
Para que o professor supere seu estado de alienação e sinta-se desafiado a reverter sua posição diante à escola e à sociedade, o professor Schön (2000) descreve a partir de seu ponto de vista após uma análise curricular, que as discussões atuais devem seguir o paradigma do professor pesquisador, pois está intimamente relacionada às do professor reflexivo. Partindo deste viés, a formação profissional deve ser baseada em três conceitos caracterizados pelo autor: conhecimento na ação, reflexão na ação e reflexão sobre a ação e sobre a reflexão na ação.
A respeito do conhecimento na ação, Schön (2000) descreve serem as ações feitas de forma aleatória sem controle e ciência da execução. Já a reflexão na ação, está mais associada à pratica profissional do docente de maneira desafiadora, pois o permite pensar e buscar caminhos para resolver problemas. E por sua vez, a reflexão sobre a ação e sobre a reflexão na ação está relacionada às análises de suas ações e melhores escolhas conceituais para formar, reformar e transformar sua prática de maneira sistemática e significativa.
Ainda se retratando à pesquisa, é com muita sabedoria que Freire (1996, p.14) nos atenta dizendo o seguinte
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que - fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade.
Com esse pensamento, Freire nos remete ao fato de que pesquisa e professor são intrínsecos, bem como à consciência de sua prática reflexiva, já citada por Schön (2000), considerando estes elementos como fatores fundamentais à formação profissional do docente.
Com isto, posso dizer que minha prática pedagógica, não se encaixa tão bem organizada, tal como os autores citados propõem ser o melhor caminho, reconheço pecar em algumas atitudes, como por exemplo, na impaciência com os alunos e inabilidade à adoção do jeito construtivista de ser. Embora, acredito que a melhor “teoria” é aquela que se prática dia após dia, refletindo sobre a ação e buscando mecanismos para superar a pedagogia tradicional e tecnicista presentes ao longo do tempo e elaborar minha própria teoria.
Entretanto, percebo que minha prática segue a trilha captando diversas teorias, do condicionamento operante de Skinner ao mestre Paulo Freire com sua pedagogia para conscientização e libertação dos oprimidos. Com isto, sei que é preciso um norte e uma tomada de decisão para adotar uma corrente teórica relacionada, apesar de já ter optado desbravar o universo construtivista, porém me falta o exercício da docência para substituir as teorias que não me convém.
Para que o professor supere seu estado de alienação e sinta-se desafiado a reverter sua posição diante à escola e à sociedade, o professor Schön (2000) descreve a partir de seu ponto de vista após uma análise curricular, que as discussões atuais devem seguir o paradigma do professor pesquisador, pois está intimamente relacionada às do professor reflexivo. Partindo deste viés, a formação profissional deve ser baseada em três conceitos caracterizados pelo autor: conhecimento na ação, reflexão na ação e reflexão sobre a ação e sobre a reflexão na ação.
A respeito do conhecimento na ação, Schön (2000) descreve serem as ações feitas de forma aleatória sem controle e ciência da execução. Já a reflexão na ação, está mais associada à pratica profissional do docente de maneira desafiadora, pois o permite pensar e buscar caminhos para resolver problemas. E por sua vez, a reflexão sobre a ação e sobre a reflexão na ação está relacionada às análises de suas ações e melhores escolhas conceituais para formar, reformar e transformar sua prática de maneira sistemática e significativa.
Ainda se retratando à pesquisa, é com muita sabedoria que Freire (1996, p.14) nos atenta dizendo o seguinte
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que - fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade.
Com esse pensamento, Freire nos remete ao fato de que pesquisa e professor são intrínsecos, bem como à consciência de sua prática reflexiva, já citada por Schön (2000), considerando estes elementos como fatores fundamentais à formação profissional do docente.
Com isto, posso dizer que minha prática pedagógica, não se encaixa tão bem organizada, tal como os autores citados propõem ser o melhor caminho, reconheço pecar em algumas atitudes, como por exemplo, na impaciência com os alunos e inabilidade à adoção do jeito construtivista de ser. Embora, acredito que a melhor “teoria” é aquela que se prática dia após dia, refletindo sobre a ação e buscando mecanismos para superar a pedagogia tradicional e tecnicista presentes ao longo do tempo e elaborar minha própria teoria.
Entretanto, percebo que minha prática segue a trilha captando diversas teorias, do condicionamento operante de Skinner ao mestre Paulo Freire com sua pedagogia para conscientização e libertação dos oprimidos. Com isto, sei que é preciso um norte e uma tomada de decisão para adotar uma corrente teórica relacionada, apesar de já ter optado desbravar o universo construtivista, porém me falta o exercício da docência para substituir as teorias que não me convém.
sábado, 5 de setembro de 2009
Visita ao CAIC
Quinta-feira 04/09/09, fomos ao CAIC conhecer e sermos apresentadas ao corpo docente da instituição. Foi muito proveitoso, conhecemos através de relatos o perfil de cada turma, que de certa forma passará ser nossa em outubro e novembro.
A ansiedade é tamanha principalmente ao saber que na sala há dois Portadores de Necessidades Especiais, minha parceira de estágio e eu temos claro o quanto seremos importantes para o desenvolvimento desses alunos. Nossa intenção jamais será nos impor de forma indiferente, mas sermos agentes provocadoras do desejo de saber, de lutar e superar as dificuldades. Nossa ansiedade se dá por conta disto, de como iremos nos organizar para tornarmos pontes entre o conhecimento que é direito de todos e os alunos PNE.SER PROFESSOR É ACREDITAR QUE SOMOS IGUAIS NA DIFERENÇA!
"Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível".
Charles Chaplin
A ansiedade é tamanha principalmente ao saber que na sala há dois Portadores de Necessidades Especiais, minha parceira de estágio e eu temos claro o quanto seremos importantes para o desenvolvimento desses alunos. Nossa intenção jamais será nos impor de forma indiferente, mas sermos agentes provocadoras do desejo de saber, de lutar e superar as dificuldades. Nossa ansiedade se dá por conta disto, de como iremos nos organizar para tornarmos pontes entre o conhecimento que é direito de todos e os alunos PNE.SER PROFESSOR É ACREDITAR QUE SOMOS IGUAIS NA DIFERENÇA!
"Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível".
Charles Chaplin
MEU PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO
Falar sobre o meu processo de escolarização me remete a muitas coisas boas, era o início das novas experiências, uma exploração de um mundo que ainda não fazia parte de mim. Conheci pessoas extremamente maravilhosas, amigos e professores que guardo na lembrança com muita saudade e desejo ardente de um reencontro. Embora, a distância tenha nos separado, não posso omitir que os recursos tecnológicos colaboram para aproximação e o contato de algumas delas.
Oliveira (2004) diz que é por meio da educação que os povos transmitem às gerações mais jovens sua herança cultural. Ao passar por ela, os indivíduos adquirem as informações necessárias para uma vida ativa em sociedade e são preparados para conviver com os outros de acordo com as normas dos grupos sociais a que pertencem. Embora a educação informal esteja sempre presente na vida do individuo, em sociedades complexas ela não é suficiente. Aprendi ler e escrever bem, a partir dos 5 anos, através de uma garota de 9 ou 10 anos (sobrinha da esposa do meu tio), hoje Psicóloga. Ela estudava pela manhã e a tarde eu ia à casa dela brincar, entre as brincadeiras, a nossa preferida era “escolinha”, ela professora eu aluna. A brincadeira tornou-se tão seria que enquanto ela fazia a lição de casa eu fazia alguma atividade feita por ela, daí eu passei a levar tarefas para casa em papel de ofício, não durou muito eu já tinha material escolar. Portanto, em busca de uma educação formal, foi matriculada aos 6 anos na Rede Pública de Ensino do Distrito Federal na Escola Classe 08 de Taguatinga-DF, sem sombra de duvidas: a melhor escola que estudei.
Ingressei-me na Escola Classe 08 sabendo ler e escrever, de certa forma colaborou para que eu estivesse sempre buscando novas aprendizagens. Amava ler gibis e livros infantis. Meu pior pesadelo era com a bendita Matemática, às vezes meus pais gritavam e dava- me palmadas para que eu decorasse a tabuada. Mas quem disse que eu decorei? Até hoje convívio com esse profundo bloqueio. O melhor de tudo era a relação professor-aluna, nunca tive problemas com professores a não ser na Universidade (risos). Na época os alunos ainda sentavam enfileirados, mas não impedia que os professores viessem até nós. Havia em sala de aula respeito e afeto recíproco, tudo era muito divertido, alegre e bem feito.
Em relação à metodologia do trabalho eu não me recordo tão bem como era, mas lembro que a gente lia bastante e era obrigado levar nas sextas-feiras um livro para casa, para que na segunda-feira realizássemos no cantinho da leitura o relato do livro escolhido. Cada sala de aula tinha um cantinho da leitura e durante o intervalo era possível utilizar a biblioteca da escola. Os conteúdos eram explicados pelo professor, mas sempre eram levantados os conhecimentos prévios a respeito do tema. Era bem comum os alunos estudarem antes, para quando o professor pergunta o que sabíamos a gente responder certo. As atividades eram feitas através do livro didático: o professor falava as paginas pra gente ler e fazer os exercícios, após um tempo, cada um lia um pedacinho do texto e ia ao quadro responder o que pedia no enunciado. Era assim pra todas as disciplinas.
A concepção de avaliação dos professores era a mesma dos dias de hoje: classificatória e punitiva. Diferentemente oposto ao que Bloom (1983) acreditava, para ele a função da avaliação é verificar o que o aluno aprendeu e tomar uma de decisão para o aperfeiçoamento do processo de ensino-aprendizagem em busca de melhores resultados. Os procedimentos utilizados pelos professores e seus instrumentos de coleta de dados em busca de resultados da aprendizagem obtidos pelos alunos, geralmente eram trabalhos em grupo, teste e prova.
Ao compreender a perspectiva de avaliação segundo Bloom (1983), percebo que o tipo de avaliação aplicada nas escolas dificilmente corresponde o aspecto teórico do autor. A realidade é constatada por diversos professores, que afirmam ainda utilizar o ato de avaliar como caráter seletivo, vista como uma forma de classificar e promover o aluno de uma série para outra. Assim, suas concepções de avaliação seguem ao paradigma tradicional de todos os tempos, impregnados pelo regime da classificação por notas, entre os mais sabidos e os desprovidos de conhecimentos convencionais.
Não sei dizer se todos tinham acesso à escola, pelo menos as crianças mais próximas a mim estudavam na mesma escola que eu. Eu acredito que antes havia mais seriedade no que os professores faziam e mais respeito com o profissional da educação. Na minha concepção o que melhorou foi a quantidade abrangente de alunos na escola, em compensação a qualidade deixa a desejar.
Logo após concluir o Ensino Fundamental I, o antigo Primário, fui estudar no Centro de Ensino 12 de Taguatinga-DF. Lá tudo era diferente, a escola tinha outra cara, era mais adulta e consequentemente mais perigosa como toda escola de cidade grande. As dificuldades começaram aparecer devido a quantidade de professores, de 3 passaram a ser 8 mais Educação Física e Reforço Escolar. A professora de matemática era a pior, Claudia era o nome dela, acabei indo pra recuperação por causa de 1 ponto, mas como tinha viajado antes de saber que havia ficado de recuperaçao, acabei sendo reprovada na disciplina.
Fiz o 1º e o 2º ano do Ensino Médio no Colégio Estadual de Aguás Lindas, onde tive alguns problemas de adaptação, muitas gangues invadiam a Instituição dificultando assim a aprendizagem. Por motivos familiares vim a Jequié onde acabei cursando o 3º ano no Colégio Modelo Luis Eduardo Magalhães, cujo não conseguir me adaptar também, mas tive destaque em algumas disciplimas. Ainda estudando no Modelo, prestei vestibular para Pedagogia na UESB, passei e não vejo a hora de voltar para o DF.
No decorrer do curso construir, desconstruir e reconstruir opiniões e desmistifiquei conceitos. Estudei alguns teóricos não muito agradáveis e outros excepcionais, me tornando admiradora de alguns deles como Karl Marx, Emília Ferreiro e claro, Paulo Freire. Marx atribuía uma importância particular aos conflitos entre as classes, sendo esses conflitos que constituem o principal fator de mudança social. Ferreiro foi a pesquisadora que revolucionou a alfabetização, ela levou os educadores a rever radicalmente seus métodos em relação aos mecanismos pelos quais as crianças aprendem ler e escrever. Já Freire, o mais célebre educador brasileiro, defendia como objetivo da escola ensinar o aluno a ler o mundo para poder transformá-lo. Ele desenvolveu um pensamento pedagógico totalmente político, de conscientização e libertação dos oprimidos e desfavorecidos da sociedade. Acredito que estes teóricos me farão refletir sobre minha prática quando estiver atuando como professora.
No curso de Pedagogia foi importante internalizar aprendizagens colaboradoras para o inicio da carreira profissional na educação. Com isso, é de alta relevância saber que para facilitar a aprendizagem partindo de um trabalho pedagógico é necessário compreender a vida da sala de aula. Para que isso aconteça, o ensino precisa ser uma atividade de prática que se propõe dirigir as trocas educativas, determinando as influências exercidas sobre as novas gerações. Compreender a vida da sala de aula é um requisito necessário onde evita a arbitrariedade na intervenção. Assim, Gómez (1998) afirma que a relação entre compreensão e intervenção forma um espiral dialético nas quais ambos os elementos estimulam-se mutuamente. A vida na sala de aula se deriva de maneira mais ou menos direta na atuação.
Falar sobre o meu processo de escolarização me remete a muitas coisas boas, era o início das novas experiências, uma exploração de um mundo que ainda não fazia parte de mim. Conheci pessoas extremamente maravilhosas, amigos e professores que guardo na lembrança com muita saudade e desejo ardente de um reencontro. Embora, a distância tenha nos separado, não posso omitir que os recursos tecnológicos colaboram para aproximação e o contato de algumas delas.
Oliveira (2004) diz que é por meio da educação que os povos transmitem às gerações mais jovens sua herança cultural. Ao passar por ela, os indivíduos adquirem as informações necessárias para uma vida ativa em sociedade e são preparados para conviver com os outros de acordo com as normas dos grupos sociais a que pertencem. Embora a educação informal esteja sempre presente na vida do individuo, em sociedades complexas ela não é suficiente. Aprendi ler e escrever bem, a partir dos 5 anos, através de uma garota de 9 ou 10 anos (sobrinha da esposa do meu tio), hoje Psicóloga. Ela estudava pela manhã e a tarde eu ia à casa dela brincar, entre as brincadeiras, a nossa preferida era “escolinha”, ela professora eu aluna. A brincadeira tornou-se tão seria que enquanto ela fazia a lição de casa eu fazia alguma atividade feita por ela, daí eu passei a levar tarefas para casa em papel de ofício, não durou muito eu já tinha material escolar. Portanto, em busca de uma educação formal, foi matriculada aos 6 anos na Rede Pública de Ensino do Distrito Federal na Escola Classe 08 de Taguatinga-DF, sem sombra de duvidas: a melhor escola que estudei.
Ingressei-me na Escola Classe 08 sabendo ler e escrever, de certa forma colaborou para que eu estivesse sempre buscando novas aprendizagens. Amava ler gibis e livros infantis. Meu pior pesadelo era com a bendita Matemática, às vezes meus pais gritavam e dava- me palmadas para que eu decorasse a tabuada. Mas quem disse que eu decorei? Até hoje convívio com esse profundo bloqueio. O melhor de tudo era a relação professor-aluna, nunca tive problemas com professores a não ser na Universidade (risos). Na época os alunos ainda sentavam enfileirados, mas não impedia que os professores viessem até nós. Havia em sala de aula respeito e afeto recíproco, tudo era muito divertido, alegre e bem feito.
Em relação à metodologia do trabalho eu não me recordo tão bem como era, mas lembro que a gente lia bastante e era obrigado levar nas sextas-feiras um livro para casa, para que na segunda-feira realizássemos no cantinho da leitura o relato do livro escolhido. Cada sala de aula tinha um cantinho da leitura e durante o intervalo era possível utilizar a biblioteca da escola. Os conteúdos eram explicados pelo professor, mas sempre eram levantados os conhecimentos prévios a respeito do tema. Era bem comum os alunos estudarem antes, para quando o professor pergunta o que sabíamos a gente responder certo. As atividades eram feitas através do livro didático: o professor falava as paginas pra gente ler e fazer os exercícios, após um tempo, cada um lia um pedacinho do texto e ia ao quadro responder o que pedia no enunciado. Era assim pra todas as disciplinas.
A concepção de avaliação dos professores era a mesma dos dias de hoje: classificatória e punitiva. Diferentemente oposto ao que Bloom (1983) acreditava, para ele a função da avaliação é verificar o que o aluno aprendeu e tomar uma de decisão para o aperfeiçoamento do processo de ensino-aprendizagem em busca de melhores resultados. Os procedimentos utilizados pelos professores e seus instrumentos de coleta de dados em busca de resultados da aprendizagem obtidos pelos alunos, geralmente eram trabalhos em grupo, teste e prova.
Ao compreender a perspectiva de avaliação segundo Bloom (1983), percebo que o tipo de avaliação aplicada nas escolas dificilmente corresponde o aspecto teórico do autor. A realidade é constatada por diversos professores, que afirmam ainda utilizar o ato de avaliar como caráter seletivo, vista como uma forma de classificar e promover o aluno de uma série para outra. Assim, suas concepções de avaliação seguem ao paradigma tradicional de todos os tempos, impregnados pelo regime da classificação por notas, entre os mais sabidos e os desprovidos de conhecimentos convencionais.
Não sei dizer se todos tinham acesso à escola, pelo menos as crianças mais próximas a mim estudavam na mesma escola que eu. Eu acredito que antes havia mais seriedade no que os professores faziam e mais respeito com o profissional da educação. Na minha concepção o que melhorou foi a quantidade abrangente de alunos na escola, em compensação a qualidade deixa a desejar.
Logo após concluir o Ensino Fundamental I, o antigo Primário, fui estudar no Centro de Ensino 12 de Taguatinga-DF. Lá tudo era diferente, a escola tinha outra cara, era mais adulta e consequentemente mais perigosa como toda escola de cidade grande. As dificuldades começaram aparecer devido a quantidade de professores, de 3 passaram a ser 8 mais Educação Física e Reforço Escolar. A professora de matemática era a pior, Claudia era o nome dela, acabei indo pra recuperação por causa de 1 ponto, mas como tinha viajado antes de saber que havia ficado de recuperaçao, acabei sendo reprovada na disciplina.
Fiz o 1º e o 2º ano do Ensino Médio no Colégio Estadual de Aguás Lindas, onde tive alguns problemas de adaptação, muitas gangues invadiam a Instituição dificultando assim a aprendizagem. Por motivos familiares vim a Jequié onde acabei cursando o 3º ano no Colégio Modelo Luis Eduardo Magalhães, cujo não conseguir me adaptar também, mas tive destaque em algumas disciplimas. Ainda estudando no Modelo, prestei vestibular para Pedagogia na UESB, passei e não vejo a hora de voltar para o DF.
No decorrer do curso construir, desconstruir e reconstruir opiniões e desmistifiquei conceitos. Estudei alguns teóricos não muito agradáveis e outros excepcionais, me tornando admiradora de alguns deles como Karl Marx, Emília Ferreiro e claro, Paulo Freire. Marx atribuía uma importância particular aos conflitos entre as classes, sendo esses conflitos que constituem o principal fator de mudança social. Ferreiro foi a pesquisadora que revolucionou a alfabetização, ela levou os educadores a rever radicalmente seus métodos em relação aos mecanismos pelos quais as crianças aprendem ler e escrever. Já Freire, o mais célebre educador brasileiro, defendia como objetivo da escola ensinar o aluno a ler o mundo para poder transformá-lo. Ele desenvolveu um pensamento pedagógico totalmente político, de conscientização e libertação dos oprimidos e desfavorecidos da sociedade. Acredito que estes teóricos me farão refletir sobre minha prática quando estiver atuando como professora.
No curso de Pedagogia foi importante internalizar aprendizagens colaboradoras para o inicio da carreira profissional na educação. Com isso, é de alta relevância saber que para facilitar a aprendizagem partindo de um trabalho pedagógico é necessário compreender a vida da sala de aula. Para que isso aconteça, o ensino precisa ser uma atividade de prática que se propõe dirigir as trocas educativas, determinando as influências exercidas sobre as novas gerações. Compreender a vida da sala de aula é um requisito necessário onde evita a arbitrariedade na intervenção. Assim, Gómez (1998) afirma que a relação entre compreensão e intervenção forma um espiral dialético nas quais ambos os elementos estimulam-se mutuamente. A vida na sala de aula se deriva de maneira mais ou menos direta na atuação.
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